Rectificações.

1. Era minha intenção chamar a esta rubrica “O Bastião da Verdade e da Fé”, mas logo o meu superior diocesano — muito doutamente — apontou a tautologia que tal designação encerrava. Não havendo outra verdade para além da revelada pela Fé (conforme se depreende de João 14:6), “O Bastião da Verdade” apresentava-se suficiente; foi este o nome que indiquei ao Ex.^mo Sr. Director do Eito Fora. No entanto, um erro tipográfico (dizem-me, embora eu suspeite da mão do Demo) fez com que esta aparecesse na edição anterior como “A Torre dos Coléricos”. Por uma questão de coerência — e para evitar a confusão entre o rebanho — este título será, muito a contragosto meu, mantido doravante.

2. Venho também por este meio apresentar a minha indignação por na ficha técnica da última edição do Eito Fora o meu nome constar como o de um mero laico. Digo mais: é uma inadmissível falta de deferência para com os excelentíssimos senhores e as digníssimas damas¹ que colaboram com o jornal ser omisso relativamente aos seus merecidos títulos (académicos ou outros), expressão social do seu sucesso, algo que, infelizmente, vem sendo prática do Eito Fora. Reddite quae sunt Caesaris Caesari!

3. Finalmente, saiba o Sr. Fernando Gouveia que, ao contrário do que, na sua já assinalada ignorância, escreveu em “Movimento das Forças Armadas” [cf. Eito Fora n.º 7], a “época oficial de fogos” não se inicia em Maio (mês de Maria), mas sim em Junho. Sutor, ne supra crepidam! Continue assim e não me espantarei se, como o outro, aos 76 anos for nobelizado...

Saudação.

Foi com enlevo que li, no último Eito Fora, a piedosa contribuição² e sapiente resposta da novel licenciada, Il.^ma Sr.ª Dr.ª Sandra C. Alegre a esse “tr@nsmont@no” que, ao contrário do que afirma, faz ponto de honra (?) não andar “n@ linh@”...

Não conhecendo pessoalmente V.ª Ex.ª, é porém com o coração aberto que aceito a sua companhia nas ameias deste tão ameaçado Bastião da Verdade...

Monsenhor Agapito Laranjeira

Notas:

¹ Com algumas excepções, conforme exposto em anterior epístola. [Cf. “O tempora! o mores!” em Eito Fora n.º 7, de Abril/Maio de 1999.] [voltar ao texto]

² Recordo, no entanto, as iluminadas palavras desse maître à penser, o Sr. P.^e Caussette (1850): «[O ateísmo] não é uma opinião, é um delírio. Se por acaso encontrarem um desses descrentes no vosso caminho, não lhe dêem a honra de uma discussão, porque ele não é um filósofo, mas lancem-no no desprezo da sua consciência e da sociedade, porque ele é uma espécie de malfeitor intelectual.» [in La Tribune sacrée, écho du monde catholique, Paris, 1886, tomo V, p. 388. Citado por Georges Minois, História dos Infernos, Teorema, Lisboa, 1997, p. 368.] [voltar ao texto]

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Publicado originalmente no número 8 do jornal Eito Fora, de Junho/Julho de 1999.

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Todo o Verdadeiro Cristão é exortado a divulgar estes textos, no respeito pela Doutrina da Santa Madre Igreja e pelas tradições multisseculares da Igreja Católica Portuguesa. Roga-se — no entanto — o obséquio de dar o devido crédito ao autor dos mesmos, Monsenhor Agapito Laranjeira. Este site é uma paródia. Monsenhor Agapito Laranjeira é uma personagem de ficção criada por Fernando Gouveia (http://secretarea.8m.com/)

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